segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Dezembro de 2010
Então a gente saiu pra caminhar na praia e tentar se encontrar de novo, a noite era bonita, a praia também, o diálogo andava como se nunca tivesse existido e a gente não se encostava que pareciam meses; eu forçava a barra, e lá pelas tantas você me olhou como se fosse minha irmã mais velha, sorriu sarcástica e disse "3 anos, é... em 3 aninhos você vai estar no ponto".
Se amadurecer é reconhecer mais as suas próprias fraquezas, talvez eu tenha aprendido alguma coisa me agarrando de referência em referência, depois de você qualquer coisa que queime tá valendo, mesmo que depois tudo vire cinza. No fim das contas a tal "pessoa melhor" continua na mesma... talvez até pior. Eu entre paredes de concreto analisando algum compositor morto a mais de um século, você no sertão do Piauí analisando merda de macaco-prego. Iguais.
Chegamos ao tal ponto. Cadê você com as suas conclusões?
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Seis drinks falsos
Eu só estava no meu canto quando de repente ela estava com a cara afundada no travesseiro gemendo alguma coisa parecida com "meu amor". E eu lá encarando a tatuagem que homenageava o tal "Gabriel" perto da bunda, que eu comi. E esse assunto termina aqui antes que ela acorde.
sábado, 11 de dezembro de 2010
"Há anos cumprindo sonhos"
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Contrapartido
Contra o congestionamento da tarde que cai
Sobre a sua cabeça um céu comprimido
Entre os prédios tingidos de asfalto ele vai
Desce uma dose de fogo em qualquer esquina
Imagina outro tempo que não conheceu
Seu partido sofrido perdeu pra rotina
Ele resta se rindo das brigas com Deus
Gesticula um silêncio pretendendo um grito
Sente tanta saudade mas custa a chorar
Seu lamento não passa de uns poucos minutos
Em que o samba é a partida prum outro lugar
(...)
______________________________________
Não acabei, mas é meu e vira música...
terça-feira, 9 de novembro de 2010
O língua se recicla quando a gente não olha.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Pomba gira, a compacta.
eiladispostabebadavontaderamadrugadaugustaquentetãotardessemesmotelagritaloucarquitetaseisamatinagenteéumonterestontosexolharoucatalpequeninativistabocanomeupau.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Ins...
domingo, 17 de outubro de 2010
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Brilho fosco
Segurei no meio-fio, era quase meio-dia, meio que me ardiam pensamentos indigestos de uma terça-feira em falta.
O minhocão desabou na minha frente, pra dentro da minha garganta, pelos olhos eu vomitei toda a poluição que eu via pela janela, pela janela eu me via curto.
Procurava no desespero um abraço qualquer, qualquer um, anônimo que me impedisse encarar essa transitoriedade de frente, minha garganta não suporta o concreto ainda assim as estações passam diante dos meus olhos vítreos: Não é permitido chorar no submundo.
É a vida, esse estrangulamento. Lento.
E esse nó? O seu encantamento precoce, me rasgou em metades
"As pessoas não morrem, ficam encantadas"
-G. Rosa
domingo, 3 de outubro de 2010
Liberdade na Tailândia
A ordem de digestão vem mais tarde.
Escrevo e me embriago.
Porque sou covarde.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Canto da pobreza
para fazer este poema,
este poema não é teu,
é da tinta e do papel.
Mas o que é teu, afinal?
Idéia de propriedade!
Nada é teu, nem de ninguém.
Teu passado não é teu,
nem sabes o que ele é.
Na neblina do passado
quase cego tu navegas,
mas um braço te pegou,
te agarra, não larga mais.
- Este braço não é teu. -
O presente não é teu,
presente já é passado,
tu falaste, voz sumiu,
ah! nem o eco ficou.
Mas o futuro? é de Deus,
e Deus não é de ninguém.
Também não és de ninguém.
Tudo vês e tudo tocas,
tudo cheiras, tudo ouves,
nada fica nos teus olhos,
nada fica na tua mão,
no teu ouvido, nariz.
Levaste a noite ao altar,
sei que a noiva não é tua,
sei que ela também não é
do noivo que a possuiu,
ela não é de ninguém;
nem é de ti que conheces
os encantos dessa noiva
muito melhor que seu noivo.
Coisa alguma te pertence,
também não és de ninguém,
viste o mundo do telhado,
cheiraste o mundo, viraste
o namorado do mundo,
namorado eternamente:
é melhor ficar assim,
casar dá muito trabalho,
põe um número na gente,
põe um título na gente,
não se pode mais andar
desenvolto como antes,
a gente tem que prender
toda atenção num objeto,
a gente fica pensando
que é dono dalguma coisa,
que possui móvel de carne...
Mas eu não sou de ninguém."
- Murilo Mendes
domingo, 26 de setembro de 2010
In-o-ciência
Siga suas necessidades
O momento
A noite curta
Ando armado
In sensibilidade
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
.
[Você nem imagina. Lá fora o mundo é um fim é um buraco soluço. aos tropeços eu vou pra rua beber a tempestade matar pra não morrer, eu que anseio o infinito me escorro por essas sarjetas. sujeira. nada cicatriza a cabeça que é sal na ferida, pescoço e mordida. a rua é meu desespero, meu pulo pra vida de cabeça(Eu quero, eu quero, eu quero)ou pra morte essa calma demora? eu espero mas fodo, mas como e vomito, é grito e desgaste. Estar vivo me arde como morrer e me rasga e me leva até desmaiar, viver me mastiga. não tenho tempo pra escurecer sem sonhar. Eu bebo a noite como quem tem muita sede]
-Nada não, volto tarde
terça-feira, 21 de setembro de 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
domingo, 19 de setembro de 2010
Agora é que são elas (Trecho)
-P. Leminski
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Orfeu
Durante meses, ficou a percorrer aflito o jardim, de cá para lá, de lá para cá, procurando-a.
Nas épocas do cio, soltava, angustiado e cavo, o seu chamado de amor.
À falta de resultados concretos, acabou por finalmente desistir da busca.
Voltou a andar no passo habitual e ficar, como antes, longas horas imóvel aquentando ao sol.
Isso até o dia em que deixaram encostado ao muro do fundo do quintal um velho espelho.
Assim que topou com ele, estacou e se pôs a balançar a cabeça de um para outro lado no esforço de reconhecimento.
Quando julgou distinguir ali a companheira, soltou, mais angustiado e cavo do que nunca, seu chamado de amor.
Repetiu-o o dia inteiro diante do vidro impassível. Porém ela continuou para todo o sempre prisioneira do espelho.
-José Paulo Paes
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
em minúsculas.
Você era mais divertida quando engolia.
Arte como profissão 3
Por que eu fui escolher ser músico mesmo?
domingo, 5 de setembro de 2010
E mais.
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
Já tá de manhã.
Estive surdo às consonâncias do vento, sorrindo paralelo branco e preto, os'There must be something in the way I feel
That she don't want me... to feel'
olhos perdidos num horizonte que passou; quando acordei com você ainda do
meu lado deu vontade de fugir pra bem longe. preguejar contra a corrente.
voltar mais velho espalhando pra mim mesmo o quanto os meus problemas
morreram de velhos, aduncaria o nariz e reafirmaria estar profundamente
consciente de meus muitos defeitos sorrindo cínico pra escapar a dor.
Tudo isso e me apaixonar de novo, tudo pacientemente igual, você
como um sol no inverno. eu uma cabeça mais alto, ridículo, de nada adiantaram
os anos as conquistas isoladas, me finjo o que for preciso. só não me exija
nadar contra a fragilidade em que você me acontece, que paixão dói pra
calejar. paixão parada cria casca, minhas noites são puras consequências, me
escapo e não controlo os olhos na direção do teto, o tempo que me passa em
expirações
[Te estraño] tento te agarrar gentilmente em lembranças, mas me
escapa
de novo por entre
pulsos.
Terna Tenuta, como eu te quero L(l)aura, graciosa e simples.
Mas hoje é sábado e eu não faço sentido, não encaixo meus universos nesses
silêncios ["Eu gosto é dos que ardem"] e a cidade tem andado quente.
Me dê a mão vamos sair pra ver o sol que hoje a noite vai fazer.
"Ali tão certo e justo e só te sendo
Absinto-me de ti mas sempre vivo
Meus olhos te movendo sem te abrir"
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Abstração platônica III
De repente os dias passaram e eu me repetia mês após mês, duvidava do seu norte, da sorte, do corpo; e nesse duvidar de sempre levei minhas certezas todas pra beira de um penhasco, beira de noite.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Fluir.
{Se bem me lembro a gente cantava alguma coisa bonita [se não, era como se fosse (Antes da música foi a chuva)]}.
Entramos no campo da AABB e travamos gols encharcados, moleques empoçados de nós, era mais gostoso que fruta do pé, era a chuva.
- Você desde sempre quis o que não podia ter.
A beleza da chuva é o desmandar.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
No ônibus, a saudade na boca do estômago, roncava. abafada. nauseante.
Comi saudade com arroz e frango no almoço. As nuvens contra o sol. E levei-a com a preguiça pro resto da tarde. Uma valsa de Tchaikovsky lá longe num radinho de pilha passando na rua.
Era um riacho raso no pôr do sol, uma roupa laranja desbotada pelo tempo.
Um vento gelado direto na cara. noite, nada respondia ou ecoava. "I saw a film today, oh boy..."
Madrugada virada. Não era saudade, era Blues.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Amsterdã, ai.
Então eu te olho cidade, como se olhasse uma mulher esguia. Toda posta em dengo e prestes. Sequiosa. A um fio do cio. E já molhada.
Enlevada, assim cidade-mulher e acarinhada neste maio, já cedo com seus barcos e seus marrecos entre as àguas dos canais, linda. Além dos carrilhões das igrejas, as carrocinhas de música, mantidas pelas moedas do povo passante pelos cuidados de anônimos voluntários, comem o ar, realejos enormes, coloridos e valsosos. É onomatopaico, teu nome. Amsterdã. Amsterdã, ô inesquecível, já começas teu nome soando como batida de sino. Sua bonita.
Toda entulipada, colorida de azul, de vermelho, de amarelo como em teus campos incomparáveis, únicos, a explicar, se há sol se há vento, a arrebentação de um talento em cor como Van Gogh. Sua louraça, ficas engalanada, casa de bonecas. Nem te chamarei de lindinha, és feito a pele de tuas mulheres, louraça de coxas brancas. Sua bonita."
-João Antônio
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Paz é um estado de espírito.
Acordou, era o fim do domingo.
Escutou as passadas dela enquanto tomava o café, gelado:
- Nossa, acordou só agora?!
- É, olha a minha cara de preocupado.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
- Tocar violão (O que, pra mim, é quase necessidade fisiológica diária)
- Manusear talheres (Inventei uma técnica genial pra segurar o garfo)
- Trocar uma lâmpada
- Pegar alguma coisa nos bolsos
- Escrever à mão
- Ler um livro deitado
- Se segurar no metrô/ônibus.
Por isso dedico esse texto imbecil ao meu polegar direito, sara logo seu veado!
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
de Fátima
A regra geral é uma contra-calma só, essa morena arretada embaralhando os botões da camisa e controles, há de se viver com os olhos dançantes.
- À minha mãe, que tanto se parece comigo.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
sábado, 31 de julho de 2010
Recuerdos.
O mundo dentro de uma escala. O mundo inteiro numa nota. O mundo dentro de mim. O subjetivo em sintonia total.
- À Maria Helena.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Anti-Moraes.
Anoiteci sem arder, indesejável.
No céu, todas as constelações que um dia soube
Brilhavam, no escuro, depois de mortas.
Nada além do frio que trespassa a garganta
Supus uma estrela caindo. Apaguei.
domingo, 25 de julho de 2010
Um filme muito ruim.
E aí caiu na frente de casa vomitando sem nem perceber o caldo de feijão, os jeans encardidos do que já secou e um cheiro de suor nos cabelos molhados; paixão não se anula com alguns drinks, meu filho. Era manhã quando deu por si mesmo sem documentos e sem uma das sandálias, o nublado ardia no fundo da retina. Dormiu, rígido, sonhara mais uma vez com ela e acordou desesperado quando lá longe algum rádio soltou a sentença, escarniada:
"Não vá se perder por aí...!"
A vida era boa, apesar das dores de cabeça.
Morning Theft
I had to send it away
- Jeff Buckley
sexta-feira, 16 de julho de 2010
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Ruby Soho
O mar, marée, bateau
Tu as le parfum
De la cachaça e de suor
Geme de preguiça e de calor
Acorda, acorda, acorda, acorda, acorda"
segunda-feira, 12 de julho de 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Fumaça pela boca.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
A LOVE POEM
all their kisses the
different ways they love and
talk and need.
their ears they all have
ears and
throats and dresses
and shoes and
automobiles and ex-
husbands.
mostly
the women are very
warm they remind me of
buttered toast with the butter
melted
in.
there is a look in the
eye: they have been
taken they have been
fooled. I don’t quite know what to
do for
them.
I am
a fair cook a good
listener
but I never learned to
dance – I was busy
then with larger things.
but I’ve enjoyed their different
beds
smoking cigarettes
staring at the
ceilings. I was neither vicious nor
unfair. only
a student.
I know they all have these
feet and barefoot they go across the floor as
I watch their bashful buttocks in the
dark. I know that they like me, some evem
love me
but I love very
few.
some give me oranges and vitamin pills;
others talk quietly of
childhood and fathers and
landscapes; some are almost
crazy but none of them are without
meaning; some love
well, others not
so; the best at sex are not always the
best in other
ways; each has limits as I have
limits and we learn
each other
quickly.
all the women all the
women all the
bedrooms
the rugs the
photos the
curtains, it’s
something like a church only
at times there’s
laughter.
those ears those
arms those
elbows those eyes
looking, the fondness and
the wanting I have been
held I have been
held."
-C. Bukowski
quarta-feira, 7 de julho de 2010
sábado, 3 de julho de 2010
Desenho de luz no céu
quarta-feira, 23 de junho de 2010
When the music is over
Duplo sentido
"Dessa esquina pelo menos posso ver o movimento dos carros
Vim de casa porque estava insuportável pensar
Dessa esquina pelo menos posso perceber o duplo sentido
O duplo sentido do tráfego e não me incomodar
Dessa esquina pelo menos posso ver o movimento dos carros
Vim de casa porque estava insuportável falar
Por telefone (tão distante) com pessoas que eu não posso ver
Por telefone com pessoas que eu não posso pegar
Dessa esquina pelo menos posso perceber
O duplo sentido de tudo
Em todos que vão a diversos lugares
Primeiros, terceiros, oitavos andares
Vigésimos modos de andar
Dessa esquina pelo menos posso perceber
O duplo sentido de tudo
Na falta de unanimidade
Uns vêm pra cidade como eu
Outros voltam correndo pro lar
Vim de casa porque estava insuportável pensar
Na saudade, na saúde, na fé
Dessa esquina pelo menos posso ver como é
E não me incomodar
O duplo sentido na rua é tão claro
Não há que duvidar
O duplo sentido na rua é tão claro
O apito do guarda é que dá"
-Gilberto Gil
terça-feira, 8 de junho de 2010
sexta-feira, 4 de junho de 2010
O ginásio [Ou Admirável mundo universitário]
terça-feira, 1 de junho de 2010
Botar minha alma à venda
Desconfie da própria noite, e do sol em si.
Faço 22 em alguns dias.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Aula de ritmo
domingo, 16 de maio de 2010
Ruínas
Nem resto de estrela
Nem sombra de calma
Nada mais se lembra...
A noite se insilencia
A rua é um fardo
Caminhamos, comprimidos
Refletimos uns contra os outros
[somos muitos...]
E pelos cantos, encardidos
Um gosto da derrota
Restos do que não foi
Resto em distâncias.
Do vazio
"Não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais auto destrutiva do que insistir sem fé nenhuma? Ah, passa devagar a tua mão na minha cabeça, toca meu coração com teus dedos frios, eu tive tanto amor um dia."
"Já li tudo,cara, já tentei macrobiótica psicanálise drogas acumpuntura suicídio ioga dança natação cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia, sobrou só esse nó no peito, agora faço o quê?"
C.F. Abreu
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Os ombros suportam o mundo
Tempo de abslouta depuração.
Tempo em que não se diz mais: Meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa que venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais do que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação."
-C. Drummond de Andrade
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Cárcere voluntário ou Tamara ou 2+1=0
Uma multa, uma conta, um atraso qualquer
Aí você chegou às juras e pontapés
Cheio de beijos e possibilidades e
Promessas de histórias pra contar
Trancou-se tudo por fora
Vedaram-se as janelas
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Que nem manequim
Fingindo que é verdade
Que te encontro mais tarde
Ando ouvindo calado
Esse som do passado
E uma angústia me invade
Ando vagando, pensando demais
Já não tenho vontade
Não bebo, não fumo
Não como, não durmo
Não sei o que faço
Com essa saudade
Ando com os olhos distantes
Ausente de tudo, que nem manequim
Ando sem brilho de vida
Ando perdido de mim"
-Guinga e M. Tapajós
http://www.youtube.com/watch?v=Fxn6iYWpknk
domingo, 4 de abril de 2010
sábado, 20 de março de 2010
Lavoisier
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima."
-Leminski
segunda-feira, 1 de março de 2010
W. Salomão
meu sonho era um pequenino sonho meu.
Na ciência dos cuidados fui treinado.
Agora, entre o meu ser e o ser alheio
a linha de fronteira se rompeu"
-Wally Salomão
domingo, 21 de fevereiro de 2010
...!
Fracassos pungentes retalham
Palpitam em contratempo ao que estou
Sou de querências intragáveis
Irrevogavelmente falho
E calo o fato instável
Venço como sonho e amanheço
Me esqueço quando almoço
Quando passo distraído
Atravesso, eu mesmo descrente
Desejo rente a tudo que me escapa
-À M. Luisa.
Carta ao que poderia ser
______________________________________________
Achei aqui, escrevi em 2008, não terminei e achei bonito.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
No cordão da saideira(ou Quarta-feira ingrata)
Carnaval.
Já não somos carentes de nada que a rua não possa nos dar de bom grado pra passar na cara e na nuca. pra beijar promiscuamente beber a grandes goles de fogo nesse batismo reverso dionísio cão.
A cidade canta
Carrega
A multidão.