segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"I like pleasure spiked with pain
And music is my aeroplane"

CPF?

Satisfação total!
Paixão, agora
só com nota fiscal.

domingo, 29 de agosto de 2010

Já tá de manhã.

'There must be something in the way I feel
That she don't want me... to feel'

Estive surdo às consonâncias do vento, sorrindo paralelo branco e preto, os
olhos perdidos num horizonte que passou; quando acordei com você ainda do
meu lado deu vontade de fugir pra bem longe. preguejar contra a corrente.
voltar mais velho espalhando pra mim mesmo o quanto os meus problemas
morreram de velhos, aduncaria o nariz e reafirmaria estar profundamente
consciente de meus muitos defeitos sorrindo cínico pra escapar a dor.

Tudo isso e me apaixonar de novo, tudo pacientemente igual, você
como um sol no inverno. eu uma cabeça mais alto, ridículo, de nada adiantaram
os anos as conquistas isoladas, me finjo o que for preciso. só não me exija
nadar contra a fragilidade em que você me acontece, que paixão dói pra
calejar. paixão parada cria casca, minhas noites são puras consequências, me
escapo e não controlo os olhos na direção do teto, o tempo que me passa em
expirações
[Te estraño] tento te agarrar gentilmente em lembranças, mas me
escapa
de novo por entre
pulsos.
Terna Tenuta, como eu te quero L(l)aura, graciosa e simples.

Mas hoje é sábado e eu não faço sentido, não encaixo meus universos nesses
silêncios ["Eu gosto é dos que ardem"] e a cidade tem andado quente.
Me dê a mão vamos sair pra ver o sol que hoje a noite vai fazer.

"Ali tão certo e justo e só te sendo
Absinto-me de ti mas sempre vivo
Meus olhos te movendo sem te abrir"

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Abstração platônica III

Peço desculpas, não consegui aceitar minhas fraquezas como algo tão mais forte do que eu, não imaginei os riscos de amornar.
De repente os dias passaram e eu me repetia mês após mês, duvidava do seu norte, da sorte, do corpo; e nesse duvidar de sempre levei minhas certezas todas pra beira de um penhasco, beira de noite.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Fluir.

Era completamente apaixonado pela chuva, antes de tudo, o cheiro da terra quente quente molhada. de chuva molhada. Quando não era o sol rachando sobre a testa de moleque que já fui. Quintal maior que um mundo: dar milho às galinhas, correr de medo dos gansos, admirar os porcos com pena, catar acerola do chão, comer com a mão. Era tapioca, caldinho de feijão de corda, colhada, cuzcuz. Era a tarde passando devagar, a cadeira de balanço com meu avô sentado nela... Mas era sobretudo a chuva e naquele fim de tarde choveu de lamber os beiços, a cidade inteira cheirava esfriada, nós fomos pra rua molhar as roupas, os paralelepípedos fluindo debaixo dos pés e peitos nus, infantis.

{Se bem me lembro a gente cantava alguma coisa bonita [se não, era como se fosse (Antes da música foi a chuva)]}.

Entramos no campo da AABB e travamos gols encharcados, moleques empoçados de nós, era mais gostoso que fruta do pé, era a chuva.
Desse dia nunca mais eu vi... A chuva passou por aqui e foi embora pra nunca mais; o asfalto cobriu a avenida, nunca correr descalço por aí com meus primos, é aí que a gente parou.
Magoador (o signo da água). Dia desses era eu e meu pai, alguns copos de chopp quando ele me solta:


- Você desde sempre quis o que não podia ter.

A beleza da chuva é o desmandar.
A hora do sim é descuido do não?

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Acordei, a saudade soava como um samba do Nelson Cavaquinho tocada no trompete do Louis Armstrong com os acordes e silêncios do último movimento do Quator pour la fin du temps.

No ônibus, a saudade na boca do estômago, roncava. abafada. nauseante.

Comi saudade com arroz e frango no almoço. As nuvens contra o sol. E levei-a com a preguiça pro resto da tarde. Uma valsa de Tchaikovsky lá longe num radinho de pilha passando na rua.

Era um riacho raso no pôr do sol, uma roupa laranja desbotada pelo tempo.

Um vento gelado direto na cara. noite, nada respondia ou ecoava. "I saw a film today, oh boy..."

Madrugada virada. Não era saudade, era Blues.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Amsterdã, ai.

"Mas esta cinzência do céu, permanente. Ou quase, que o sol demora a chegar. Há por aí, nos céus e nos estabelecimentos maldormidos e inda mal-acordados, mais para os lados das farmácias e dos centros médicos com suas cruzes vermelhas entre as casas da noite, um quê de samba langoroso de Noel- carro de praça, luva, dúvida, cruz do sofrimento, lixo humano, boêmia, diplomacia malandra.
Então eu te olho cidade, como se olhasse uma mulher esguia. Toda posta em dengo e prestes. Sequiosa. A um fio do cio. E já molhada.
Enlevada, assim cidade-mulher e acarinhada neste maio, já cedo com seus barcos e seus marrecos entre as àguas dos canais, linda. Além dos carrilhões das igrejas, as carrocinhas de música, mantidas pelas moedas do povo passante pelos cuidados de anônimos voluntários, comem o ar, realejos enormes, coloridos e valsosos. É onomatopaico, teu nome. Amsterdã. Amsterdã, ô inesquecível, já começas teu nome soando como batida de sino. Sua bonita.
Toda entulipada, colorida de azul, de vermelho, de amarelo como em teus campos incomparáveis, únicos, a explicar, se há sol se há vento, a arrebentação de um talento em cor como Van Gogh. Sua louraça, ficas engalanada, casa de bonecas. Nem te chamarei de lindinha, és feito a pele de tuas mulheres, louraça de coxas brancas. Sua bonita."

-João Antônio

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Paz é um estado de espírito.

Suor gelado na testa, se levantou de um pesadelo, teve certeza: Matéria é mentira. Essa vida é mesmo uma grande piada. É uma noite só que pensamos muitas e que passa muito muito rápido. Desgosto engasgado engoliu a seco e revirou dentro de si até voltar prum resto de sono.

Acordou, era o fim do domingo.

Escutou as passadas dela enquanto tomava o café, gelado:

- Nossa, acordou só agora?!

- É, olha a minha cara de preocupado.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

E acabo de me dar conta que isso aqui tem 40 "seguidores"







o que foi que eu fiz de errado...?!!
Depois de machucar meu polegar me dou conta de como ele é útil para um ser humano, sem ele fica impossível(ou quase isso) para:

- Tocar violão (O que, pra mim, é quase necessidade fisiológica diária)
- Manusear talheres (Inventei uma técnica genial pra segurar o garfo)
- Trocar uma lâmpada
- Pegar alguma coisa nos bolsos
- Escrever à mão
- Ler um livro deitado
- Se segurar no metrô/ônibus.

Por isso dedico esse texto imbecil ao meu polegar direito, sara logo seu veado!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

de Fátima

E tem os dias em que ela se remonta e desperta serena, certa de tudo: A exceção.

A regra geral é uma contra-calma só, essa morena arretada embaralhando os botões da camisa e controles, há de se viver com os olhos dançantes.

- À minha mãe, que tanto se parece comigo.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Não. Não. Não. Não. Não. Não. Não.

Se debatia numa profusão de negações, mas reclamou do calor por dentro das roupas e sugeriu a madrugada como abrigo das suas reclusões solares. Os dias passavam quentes e pioravam no meio das pernas macias se descobrindo hábeis para uma mulher que havia de ser.
O tempo ensina que sussuros não se prestam a confiança de ninguém: Qualquer paixão comprada verdade ingrata intriga velada sussuram. A mentira sorri mais brilhante à meia-luz.
Era noite quente de estrelas e não importava meia verdade nenhuma, sussuravam-se adoidados mas aquelas pernas tremiam assustadas e cheias de pudores verdes, qualquer promessa era válida, a violência: Necessária.
quente ... outras mãos trancando e as pernas repudiavam moles numa traição transpirante, um pecado transparente, aquilo era tudo tão novo que assustava e sussurrava... não não... não... não ... não não.... não não... não nãonãonãããooo ... ... ...
O que ressoa no pulso aéreo, oras, não sussurra, apesar de tudo na noite etérea sussurar.
...
Sim
e meteu violento, rasgando pudores.