sexta-feira, 29 de março de 2013

Anti Martinho

Não tive mulheres
Não se pode ter alguém.
Já estive em algumas
(Nesse ponto é inevitável pensar em números, ainda que pensando assim tudo vire um punhado de nomes e corpos desconexos).
Nestas, vi minha arrogância
meu contrato de terra
minha auto declarada experiência
Irem-se embora entre os dedos
Feito areia
Feito água
De que me adiantaram contratos?

Nada permanece.
Areia.
Água.

http://fermatabreve.blogspot.com.br/2010/09/canto-da-pobreza.html

Garganta (O fim de 2008)

A vida fazia mais sentido depois de algumas garrafas de vinho, as coisas tinham mais frescor durante aquelas semanas. A rua, os horizontes, as madrugadas, as bocas, os seios... As desilusões.
Me lembro de uma enorme disposição para sentir, sentir tão profundamente que tinha gosto, que descia goela abaixo, que trancava a garganta.
Ou talvez isso seja agora.