domingo, 13 de dezembro de 2009

Abstração platônica II

[Won't you give me a hug
Then I'll give you my heart]

Fomos o que pudemos ser
Anos de sorrisos encabulados
Dezenas de porres em homenagem da minha parte
Uma distração interessante da sua
Fomos uma noite etílica quente, isolada
[Intensidade não é pra durar mesmo, né?]
Desiludidos, inconformados com a sorte
Um casal escapista com a boca cheia de dentes
Bocas, lembranças e gostos e cheiros
E um monte de estrelas num céu que quase foi nosso

Quase
Porque aí a noite acabou
E eu fiquei agarrando migalhas de sonho que quase...
Um vestido verde balançando ao sol num varal em algum lugar dentro da minha cabeça
Um fio de cabelo, um sorriso sincero, um aperto

Fomos o que pudemos ser
Menos do que se quis?

"Se eu cantar não chore não
É só poesia
Eu só preciso ter você
Por mais um dia
Ainda gosto de dançar
Bom dia
Como vai você?"

sábado, 12 de dezembro de 2009

Quarta-feira

"The lack of information.
I'm punch drunk and I need to find a way back home
It'd be a miracle if you'd oblige."

Prezados colegas, sejamos realistas: São 9 horas e a noite já terminou.
Amanhã restaremos incompletos, de estômago e idéias reviradas, rostos fadigados dos sorrisos demais dessa noite que acaba agora.
Restaremos silenciosos, inexpectativos, resistindo na garganta com um gosto de debilidade feliz...morta.
Não havemos de nos apegar no agora, somos o que fomos ou quisemos ser; sonhamos extáticos, agora esperamos o coletivo passar.

Exige-se uma solução urgente... Sugestões?

sábado, 5 de dezembro de 2009

Já acabou, amor?

As luzes se apagam, eu seguro na sua cintura mais forte você puxa meus cabelos pela nuca em alguns minutos minha referência é seu coração batendo mais forte mais ouço você sinto e me vejo através das suas unhas dedos querendo me apunhalar nesse impulso morno ofegante mais forte me morde tranca suspira e sussura o que eu bem queria entender agora então é... você me querendo rasgar pelas costelas minha mão mergulha e agita e responde à altura nesse balé esquisito adentro soa gultural nossa textura surda ecoando no escuro mais forte mais ensimesmados os dois adentrados reciprocamente agoístas vendo o mundo afundar em tempestades fazia tempo que me meço em minutos rijo no seu cheiro forte nosso gosto melado trocando de boca de altura nossa febre de troca exibicionista mordo circulo anseio anseio anseio muito muito você é. me murmura apertada que quer e se apóia para mim que recíproco troco e respondo firme. essa vontade violenta que você me exala em sorrisos insdiscretos. esse meu vício noite após noite
apaixonadamente vulgar e eu pulso e eu meto na medida da saudade que o coração gritar. já nem sei aonde eu termino nós dois no escuro viramos energia irrascível mutuamente puros apesar dos riscos.mais forte mais forte mais mais mais e cala a boca que alguém pode entrar aqui à qualquer minuto você me convulsiona entredentes nos meus dedos estremecendo que vem aí um grito de silêncio pleno. aí a gente se aperta pra morrer juntos por alguns segundos valiosos de intensidade inerte divina.sobramos resfolegando românticos reencarnados em afeição agora humana...falhos instantes de compaixão e nobreza bíblica.

As luzes se acendem, você se veste com os olhos mareados em sorri cantando que esse instante é pra sempre, de novo.

Eu me encosto no corrimão frio pra botar a calça e penso:
aí sim, um jeito bonito de ver uma foda rápida na escada de incêndio.