domingo, 21 de fevereiro de 2010

...!

Vivo acercado do que não posso
Fracassos pungentes retalham
Palpitam em contratempo ao que estou
Sou de querências intragáveis
Irrevogavelmente falho
E calo o fato instável
Venço como sonho e amanheço
Me esqueço quando almoço
Quando passo distraído
Atravesso, eu mesmo descrente
Desejo rente a tudo que me escapa

-À M. Luisa.

Carta ao que poderia ser

Escrevo pra quem sabe você nunca ler. contra o tempo. contratempos de distância. escrevo por uma situação favorável que talvez nunca ocorra. um sorriso tão possível quanto aberto. esquinas dessa ou de outra vida pra gente se entender numa tarde bonita. num beijo morno de não sentir pressa. e saborear. repousar num abraço sincero simples seu cheiro

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Achei aqui, escrevi em 2008, não terminei e achei bonito.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

No cordão da saideira(ou Quarta-feira ingrata)


Torrencial.
A Ladeira da Misericórdia envergando entre Deus e o Diabo pisando forte em nossa gente
E a fúria carnavalesca chovia fervendo por cima dos paralelepípedos amontoados em consgestionamento próprio. A cidade freva samba canta até onde não haja pulmões ou garganta. A cidade ri sangrenta pra espantar o fim do mundo [pra transpassar a madrugada quente].
Quando os músculos e os joelhos já não aguentam resta a cachaça, quando não basta amor, o riso débil; na falta de sol, o mormaço faz suar; quando o bloco acaba, é a madrugada revirando a cama e quando chega a quarta-feira, as calçadas vazias de igrejas estateladas ao sol que morre.
Carnaval.
Já não somos carentes de nada que a rua não possa nos dar de bom grado pra passar na cara e na nuca. pra beijar promiscuamente beber a grandes goles de fogo nesse batismo reverso dionísio cão.
A cidade canta
Carrega
A multidão.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Descartável.

Se você me ama
ou não
é tudo questão
de oferta
e demanda