segunda-feira, 25 de junho de 2012

"A gente esquenta" ou Abstração Platônica IV

Ontem choveu tanto... Fiquei agachado recolhendo os cacos da taça que eu mesmo quebrei pelo chão do quarto. cheiro de chuva. ácida. Você me sorria de um jeito tão sinuoso, eu mal respirava te imaginando chegando no meio da madrugada fria para me esquentar os lençóis. daquilo que eu não previ sobrou esse gosto de uva pelo céu da boca. e passa de novo breve breve do mesmo jeito que eu sentir chegar. Tuas pernas de repente me enlaçam febris mais uma vez. eu sou só inércia. obrigado pelo entalhe gentil, não me chame pelo nome que eu vivo de anseio. Teu beijo foi teu fim.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

(Expirar)

Vomitar-se
Sonora
Astralmente

(Estamos vivos?)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Cambaio

"Vejo fulana a festejar na revista
Vejo beltrana a bordejar no pedaço
Divinais garotas
Belas donzelas no salão de beleza
Altas gazelas nos jardins do palácio
Eu sou mais as putas"


-C. Buarque/E. Lobo

Fuck all

http://www.youtube.com/watch?v=5Za2k5wA3sk

domingo, 3 de junho de 2012

Ela

"Na cama não se fala de filosofia.
Peguei na mão dela, coloquei sobre meu coração, disse, meu coração é seu, depois pus sua mão sobre minha cabeça e disse, meus pensamentos são seus, moléculas do meu corpo estão impregnadas com moléculas do seu.
Depois botei a mão dela no meu pau, que estava duro, disse, é seu esse pau.
Ela nada disse, me chupou, depois chupei sua boceta, ela veio por cima, fodemos, ela ficou de joelhos, rosto no travesseiro, penetrei por trás, fodemos.
Fiquei deitado e ela de costas para mim sentou-se sobre o meu púbis, enfiou meu pau na boceta. Eu via meu pau entrando e saindo, via o cu rosado dela, que depois lambi. Fodemos, fodemos, fodemos. Gozei como um animal agonizando.
Ela disse, te amo, vamos viver juntos.
Perguntei, não está tão bom assim? Cada um no seu canto, nos encontramos para ir ao cinema, passear no Jardim Botânico, comer salada com salmão, ler poesia um para o outro, ver filmes, foder. Acordar todo dia, todo dia, todo dia juntos na mesma cama é mortal.
Ela respondeu que Nietzsche disse que a mesma palavra amor significa duas coisas diferentes para o homem e para a mulher.
Para a mulher, amor exprime renúncia, dádiva. Já o homem quer possuir a mulher, tomá-la, a fim de se enriquecer  e reforçar seu poder de existir.
Respondi que Nietzsche era um maluco.
Mas aquela conversa foi o início do fim.
Na cama não se fala de filosofia."


- R. Fonseca.