domingo, 27 de fevereiro de 2011

Andar e pensar um pouco,
que só sei pensar andando.
Três passos, e minhas pernas
já estão pensando.

Aonde vão dar estes passos?
Acima, abaixo?
Além? Ou acaso
se desfazem ao mínimo vento
sem deixar nenhum traço?

-P. Leminski

O último som

Um eco do que eu não provei
Me descia, garganta abaixo
Nem gosto tinha, um misto de calma
Calma e desilusão, mas refrescante
Quase doce, fosse parecido
O doce me reverberando as retinas
Estive vivo
Ou quase isso.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

De barro

Houve uma primeira vez
Em que eu era descrença
E você religião
Desmistificada
Consumida na porrada
Às noites claras rechaçadas

Eu não acreditava
(E como eu queria!)
Me chapava no seu corpo,
Maria das tristes gozadas
Que por fim me converteu
Com seus olhos de ressaca

Hoje tomo café forte
Pra fingir que me esqueci
Que fiz voto de pecado
Na saliva que bebi

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Ele estava, depois de umas tantas porradas, abarrotado de desilusão, desacreditado; o discurso breve:

- Daqui pra frente não me fodo pra nada, você vai ter que me engolir.

Ela, muito menos cética, levava tudo ao pé da letra.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A essência do homem segundo Arnold Schoenberg

Acordei mais cedo hoje e fui fazer uma prova de harmonia.