quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Brilho fosco

À Belle, sempre bonita quando me lembro.


Segurei no meio-fio, era quase meio-dia, meio que me ardiam pensamentos indigestos de uma terça-feira em falta.
O minhocão desabou na minha frente, pra dentro da minha garganta, pelos olhos eu vomitei toda a poluição que eu via pela janela, pela janela eu me via curto.
Procurava no desespero um abraço qualquer, qualquer um, anônimo que me impedisse encarar essa transitoriedade de frente, minha garganta não suporta o concreto ainda assim as estações passam diante dos meus olhos vítreos: Não é permitido chorar no submundo.
É a vida, esse estrangulamento. Lento.
E esse nó? O seu encantamento precoce, me rasgou em metades

"As pessoas não morrem, ficam encantadas"
-G. Rosa

Nenhum comentário: