quarta-feira, 7 de julho de 2010

A forma reverberando no asfalto é horror sublimado contra o firmamento cinza, a multidão cai em cima, faminta de sangue alheio; fantasma vermelho salpicando no para choque de um Fiat 96, três PMs se esforçam para controlar a corja, o PF da esquina sai com gosto de ferrugem. Jorra continuamente o rubro viscoso do que restou de um maxilar e escorre,




...Lento


até a sarjeta, devia ter uns 40 e tanto, disse um PM apático. As moscas começam a migrar do feijão azedo para a poça mórbida cheia de cabelos, presumíveis, esparsos, finos, antes grisalhos, agora de um vermelho atropelado. Pedaços de dentes ao meio-fio, massa encefálica polvilhando a grama no canteiro. Lá do 9º andar os olhares se voltavam para o burburinho irrequieto lá debaixo quando veio o grito rasgando as reticências transeuntes, depois contaram ser o filho da senhora desgraçada (Aquele desgraçado), os olhos saltados estarrecidos, a boca escancarada diante do inevitável semi decapitado. O horror da morte contra a tarde que vai.

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