sábado, 13 de setembro de 2008

Sobre arte como vida

Arte como profissão é uma coisa que eu ando duvidando muito ultimamente.
Explico: Não por falta de perspectiva de sobrevivência e tal, já criei certa consciência de como eu me coloco nesse mundo sendo um artista e quais as minhas possibilidades de vida, salário, família etc... dentro disso, mas por achar muito difícil de entender essa coisa do profissionalismo em arte.
Passei por muita coisa desde que entrei nessa faculdade de música e tenho claro comigo de como ser um artista exige de você a todo o momento, a arte é modo de vida, por isso acho complicado explicar profissionalismo em arte, por ser algo tão subjetivo, tão introspectivo e por diversas vezes tão pessoal.
Aliás, essa introspecção sempre me assustou, o risco de, na tentativa de encontrar as respostas em mim perder a possibilidade de comunicá-las às pessoas a minha volta, morro de medo de ser um cara de 50 e tantos anos que perdeu suas raízes e amigos em meio a toda essa dificuldade de ser objetivo e de comunicar.
Comunicar: esse é o problema em tudo o que eu faço.
Mesmo depois de todos esses processos eu ainda fico embasbacado do quanto eu não sei falar de nada, nunca tive nada pra falar provavelmente, muito menos ouvir.
Toda essa concentração, renúncia, procura e auto-controle... pra?
Mesmo quando paro pra me questionar o tempo ainda cobra algum tipo de atitude e de resposta, falta tempo... falta muito tempo...
E a gente vai vivendo que nem arroz grudado na panela...

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