domingo, 14 de setembro de 2008

Essa fronteira

Não queria sorrir.
Mas tudo se misturava por dentro de um jeito que o rosto se contorcia em alguma espécie de tique nervoso muito esquisito.
Não queria fixar olhar, olhar nos olhos nem pensar.
Mas os olhos dela pareciam brilhar mais ainda naquela noite, eram holofotes castanhos sorrindo sem reservas; e pedindo atenção.
Não queria saber.
Mas era como se já soubesse de tudo, só de olhar naqueles olhos que não queria olhar.
Não queria perguntas.
Mas a garganta se fechava num nó de curiosidade, de saber que essa saudade não era de se explicar.
Não queria insistir. gostar engolir seco sorrir amarelo disfarçar engolir vontades. anoitecer partir mudar crescer acabar. cinza desprevenido sarcástico e cheio de saudade.
Não era mais.
Não queria.

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