3:26
Ela já gozou três vezes quando ele então finalmente chegou lá,
mordendo o seu pescoço e tremendo nas bases. Esgotado, desaba
em cima dela um resto só em suor ofegante, depois disso resta
uma cama molhada e o cheiro do outro disperso em tudotudotudotudo
o que resta do que já foi integridade e indivíduo.
Ele rola para o lado oposto da cama, desacelerando ruidoso
afirmativamente viril irradiante. Lindo! E como! Ela sorri e lembra
que até dois meses atrás eles eram completos estranhos de alguma forma
atraídos um pelo outro de uma maneira quase natural quase destinados
à isso quase apaixonados à primeira vista, e agora era a madrugada embalada
com sexo intenso. risadas afetadas. álcool. muito muito cigarro.
Noites quentes de janeiro, ela esquece dos problemas a data o horário,
ela esquece a cidade grande paixões frustradas mãe pai irmãos que não conheceu
professores semiótica schopenhauer e nietzche e o emprego que não aparecia
e a propagação da luz pelo meio. de repente tudo virou nomes e ele era único.
Lindo! rindo por nada com os olhos nos dela, de um castanho profundo-profundo
preto esverdeado reluzente, ele é azul, um menino furta-cor de sorriso imenso
extensão desejo cabelos encaracolados e pêlos no peito. ele é um banquete de
falsas porém lindas promessas.
Ela nem se pergunta o que se passa na cabeça dele agora.
3:32
"Liga o rádio aí"
Um solo de sax brega até dizer chega invade o quarto, desnecessário, ele ri
faz um comentário acerca de e desliga-o. "Vem pra cá". ele ri mais alto
. moleque fazendo arte. olhos nos olhos de ponta cabeça e ele aproxima a boca
lento. a barba roça no nariz dela. o beijo derrete ao passo que as bocas
se encaixam e se consomem. uma mordida no lábio inferior dele. ela percebe
que ele se arrepia e dá uma risada em resposta.
3:35
Lado a lado novamente. olhos nos olhos. não contido ele olha daquele jeito que
ela vem percebendo na última semana. está apaixonado. ela sorri de canto da boca
comedida e já achando meio chata essa coisa de olhar no olho meio aborrecida
com a madrugada e a cama e a mãe e o pai e os irmãos que não conheceu e
o corinthians e a semiótica e schopenhauer e a faculdade e o emprego que
talvez seja melhor nem aparecer e o curso de francês que ela não levou pra
frente e aquele cara imbecil que ela pegou na semana retrasada que beijava mal.
Ele ri alto, desvia o olhar pro teto se perguntando o que se passa na cabeça dela.
3:37
Mas sim, por 10 sinceros minutos ele foi o homem da vida dela.
Ela vira pro lado e dorme.
"All the lonely people, where do they all belong?"
11 comentários:
muito bom velho!!!
U-a-u. Muito bom mesmo! ;)
Ui, que belo!
Prazeroso ler você. Confissões sexuais sempre me distraem.
Lindo blog, lidna escrita.. ;*
Sinceridade. Sempre. A alma dos relacionamentos, duradouros ou não.. E mesmo que só na cama. Vai ver é lá mesmo que o mundo se revela.
Gostei, mocinho!
u lá lá
ai ai pedro! ótimo! lindo!
verdade é imprescindível na arte, e é mt animador ler textos assim, de tanta verdade, tanta simplicidade...sendo realidade ou fixão.
um grande beijo pra vc!
“Muito Bonito Pedro!“ como diria o seu pai!
Gostei bastante cara..
sexo eh vida.. e soh isso, se eu bem entendi..
ou melhor..
“Gostei bastante cara sexo eh vida e soh isso se eu bem entendi“ como vc escreveria.. rs.. zuera.
Parabéns cara..
Legal pácas
Adorei!!!
Excelente.
Puta meu, além de cantar e tocar muito - muito MESMO - o cara ainda de quebra escreve pra caramba.
Olhei seu blog do primeiro post até o último. Fiquei pensando "meu, como não descobri isso antes?".
Vou visitar muito esse blog...
"Nós aprendemos/
Palavras duras/
Como dizer perdi, perdi/
Palavras tontas/
Nossas palavras/
Quem falou não está mais aqui" Chico Buarque
Um beijo! =)
PUTA QUE PARIU! que post do caralho! É rapaz... decididamente.. doses homeopáticas...
(ana rafaela)
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