terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Luz

Não sei quando foi que eu reparei, mas acho que de uma hora pra outra era ótimo ver o dia que nasceu da rede do meu quarto, na casa da minha avó, a luz que se espalhava pelas telhas lá em cima ia adquirindo as mais variadas misturas de amarelos e laranjas tão bonitas que parecia que o dia sorria pra mim; também pudera, casa de dona Maria está sempre no contexto das férias, essa limpeza na alma. Era gostoso até mesmo quando chovia e vez por outra gotas escapavam do teto e respingavam em mim, o som era uma delícia, o cheiro nem se fala. Em qualquer uma das situações a rede era quase um momento de sentir puro, um deleite sinestésico, feito o primeiro gole numa cerveja gelada em dia de calor: salvava a minha vida!

Forraram de gesso o teto todo do casarão, tiraram o doce de mim.

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