quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Via Aérea

"Meu olho no topo do corpo
Espiava outra topografia
Lá do alto do meu pensamento
Era a alma que tudo asistia
Assistia ao balé do momento
Que jamais outro captaria
Um balé pleno de movimento
Sem o peso da coreografia.

E o balé todo não corpulento
No entanto dizia e vivia
E falava uma língua de vento
E mostrava ao que vinha e viria.
O meu olho no cume e no centro
Inventava uma nova alegria.

Alegria de ver não se vendo
Não vendendo ou comprando a matéria
Que o balé ia lento rompendo
Numa bela expressão via aérea
Do que o olho ao olhar ia sendo
Sem saber que era coisa tão séria
Um balé feito do sentimento
De quem tem a visão sempre etérea."

- Chico Saraiva/Mauro Aguiar

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