E foi tropeçando pela ladeira de paralelepípedos, bêbadosamba, tinha uma sede de auto-exorcismo e não saciada em boca ou boceta nenhuma; cantava que dançava na chuva mas era noite seca, o molhado era ele, atravessando a ladeira da rua da Glória(Uma misericórdia só) era um sino vergando o toque dos condenados e ele se atrasava pra vida, se atrasava pra amar, pra cantar e pra ser, um litro das Salinas na mão direita e as roupas foram ficando pelo chão lá atrás...
E aí caiu na frente de casa vomitando sem nem perceber o caldo de feijão, os jeans encardidos do que já secou e um cheiro de suor nos cabelos molhados; paixão não se anula com alguns drinks, meu filho. Era manhã quando deu por si mesmo sem documentos e sem uma das sandálias, o nublado ardia no fundo da retina. Dormiu, rígido, sonhara mais uma vez com ela e acordou desesperado quando lá longe algum rádio soltou a sentença, escarniada:
"Não vá se perder por aí...!"
A vida era boa, apesar das dores de cabeça.
3 comentários:
ora, ora! mas se perder por aí é o que dá graça à vida, menino....
gosto de ler vc.
oh!
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