domingo, 7 de setembro de 2008

De Leminski e Vianna

Se fosse pra planejar eu nem gostava
Nem olhava
Seguia quieto manso
Certo em minha exatidão

Se fosse pra planejar
Você nem existia
Ou talvez não nessa vida
Talvez noutra, bem de longe
Nunca que ia te cruzar
Se cruzasse não veria
Atravessaria a rua
Se olhasse era relance
Se não fosse desgostava

Fosse pra me prevenir
Você não tinha graça alguma
Crua e sem sal
Sem sexo
Seu nome, por mais simples
Nunca que me viria à cabeça
Não sorria de volta
Diria ois de educação

...Aconteceu você

O remédio foi me conformar
E não discutir com o destino
Aguentar suas passadas
Seus silêncios, seus sorrisos
Nada disso pra mim
Escapando a todo encontro
Desejando inoportuno
Palavras que brilhem inéditas
Que só você ouça
Sem saber, sem querer
Subam naturalmente à cabeça
Muito mais do que lógicas
Complexamente simples

Sendo assim, você entenda
Esse seu jeito de ir
Permanece impresso em mim
Remarcado a fundo em peito
Até outro fim.

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