A minha mulher
Tem abismos inatingíveis
E uma paleta de sorrisos coloridos
Sequer sonhada pelo maior dos fauvistas
Suas entrelinhas
são (e MUITO!) mais extensas
do que o texto em si
(delas só sinto um vago sabor
de sangue)
Vive a girar sorridente
pelo salão perfumado
Aproveita o agora, enquanto
olho para o lado
Cheia de graça, essa cínica
às gargalhadas
Não importa língua, pau ou punho
Permanece esse cemitério de bandeiras
na areia movediça